Páginas

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Manosque - Paris

Paris/Foto: Pepê

Quando eu escrevi, aqui, ainda antes da viagem começar, que "o Universo costuma ser muito generoso com os viajantes de coração e mente aberta", não imaginei que fossem ser tantas as boas surpresas que aconteceriam ao longo da nossa trip pela Itália e pela França de bike.

Fomos presenteados com paisagens e lugares muito mais bonitos do que esperávamos, com ajuda em momentos inusitados e cruciais (como quando deparamos com um trecho de estrada interditada e fomos ajudados a transpor duas mega crateras por um casal de ciclistas da região, que, numa estrada meio deserta, apareceram do nada), com acontecimentos que nos fizeram mudar um pouco os planos e acabaram por permitir que conhecêssemos e desfrutássemos melhor alguns locais, e com outros pequenos detalhes que, somados, nos faziam, quase que diariamente, agradecer ao "Papai do Céu" pela surpresinha.

A cicloviagem terminou em Manosque, onde pegamos um trem para Paris, para, 6 dias depois, retornarmos a São Paulo.

Como na França é necessário fazer reserva para bicicletas em determinados trens e como não havia reservas disponíveis em trens de alta velocidade para os próximos dias (lotação esgotada), fizemos um tour pela França de trem, numa viagem que durou mais de doze horas e que, de novo, nos surpreendeu com visuais incríveis (como os trens que pegamos não eram de alta velocidade, dava pra curtir a paisagem numa boa).

De Manosque descemos mais ao sul, até a estação de trem de Marselha; em Marselha, embarcamos em outro trem rumo a Clermont-Ferrand, cidade localizada no Maciço Central da França, uma região linda de doer e que deve render um pedal incrível. Finalmente, de Clermont-Ferrand fomos para Paris, onde chegamos por volta das onze da noite (saímos de Manosque por volta das oito da manhã). Tínhamos reserva nesse último trem (aparentemente não era necessário reserva para os dois primeiros) e a bicicletas puderam ser transportadas inteiras e fora do mala bike em todos eles.

Ficamos seis dias em Paris, livres, leves, caminhando e pedalando horrores. Eu já havia estado na cidade em duas outras ocasiões, mas nunca havia pedalado por suas ruas. Paris by bike é outra Paris, ainda mais linda e mais divertida. De bicicleta, visitamos, além das atrações básicas, os dois grandes parques localizados a leste e a oeste da cidade, o Bois de Vincennes e o Bois de Boulogne, respectivamente. Ambos são imperdíveis.

Dica básica: ao deixar sua bicicletinha (que você foi equipando ao longo de meses/anos e que atualmente tem um toque de nave espacial) parada numa rua de Paris ou de alguma outra grande cidade, lembre-se de travar tudo o que for possível, inclusive rodas e banco. No geral, as bikes que circulam cotidianamente pelas ruas de Paris (e de outras cidades, como Florença) são bicis mais simples e era notável o quanto nossas bicicletas chamavam a atenção das pessoas. Lembre-se: do mesmo jeito que sua carteira pode sumir no metrô de Paris, Madri ou Barcelona, não é aconselhável dar mole com a sua querida bicicleta só porque você está na Europa.

Ah, e não dá pra falar de bike em Paris sem lembrar das ciclovias: são quilômetros e quilômetros, uma maravilha urbana!!

Sobre bicicletas no metrô e na RER, as regras, de acordo com a segunda edição do Lonely Planet Cycling France guide, são:

- metrô: bicicletas não são permitidas, exceto na linha nº 1 (La Défense a Château de Vincennes), nos domingos, até as 16h30min. As estações Louvre e La Défense-Grande Arche não são equipadas para bicicletas.

- RER: bicicletas são permitidas nas quatro linhas durante todo o final de semana e, durante a semana, fora dos horários de pico (6h30min às 9h e 16h30min às 19h). Sempre use os vagões marcados com o logo da bicicleta (normalmente o primeiro ou o último). Passageiros com bicicletas não podem entrar ou sair das estações em Aubur, Châtelet-Les-Halles, Cité Universitaire, Charles de Gaulle-Étoile, Denfert-Rochereau, La Défense-Grande Arche, Luxembourg, Nation, Port Royal e St Michel-Notre Dame.

O aeroporto Roissy Charles de Gaulle (CDG) fica a 30 quilômetros a nordeste de Paris e, para chegarmos até ele no dia da nossa volta ao Brasil, utilizamos um táxi, o que nos pareceu a melhor solução.

Depois de alguma observação na entrada de uma estação de trem, descobrimos que duas empresas poderiam atender nossa necessidade de um carro grande o suficiente para acomodar duas bicicletas já embaladas em seus respectivos mala bikes, bagagens e duas pessoas: TAXISG7 e Les Taxis Bleus. Fomos atendidos pela TAXISG7. Detalhe: especifique BEM o tipo de taxi que você precisa, ou seja, o tamanho do carro. Os MaxiCabs e Horizons, da TAXISG7, são perfeitos. Caso as bicicletas sejam mencionadas ao fazer o pedido do táxi, deixe claro que elas serão transportadas embaladas e meio desmontadas. Do contrário, eles não mandarão o táxi. O preço da viagem é determinado pelo taxímetro e é cobrada uma taxa extra, de 9 euros, salvo engano, pela bagagem ou tamanho do carro (não recordo qual é o critério de cobrança). Pagamos, no total, menos de 50 euros (45, talvez); caso não tivéssemos pego trânsito, o valor teria sido bem menor.

Para compras de peças e acessórios de bike em Paris, recomendamos MUITO a Rando-Cycles (Rando Boutique) e a Bicycle Store.

A viagem terminou mas, nos próximos posts, ainda rolarão algumas dicas de hospedagem e de bicicletas em trens. Até!

Nenhum comentário:

Postar um comentário