Chegamos em San Gimignano, um dos pontos altos do percurso. Saímos dia 5 de Montalcino, em direção a Buonconvento, num pedalzinho curto de 15 km com muita descida, algumas retas e as famigeradas subidas, quase nada. Em menos de 45 minutos chegamos em Buonconvento, cidade pequena sem muitos atrativos. Compramos passagens de trem (3 euros cada passagem e 3,5 euros por cada bicicleta) para Siena e em 30 minutos chegamos no nosso destino. As compras das passagens são bem simples, pois é tudo eletrônico e pode ser pago com cartão. No caso deste trem as magrelas podem ir montadas, mas aí começaram os problemas: já sabíamos que quando as bicis podem ir no trem montadas existe um vagão próprio para elas que pode ser no primeiro carro ou no último, é só ficar atento; o problema é que o nosso trem só tinha dois vagões e não havia nenhum próprio para as bikes, então enfiamos às pressas as bikes no corredor do trem e assim foi. Depois ficamos sabendo que não dá para saber se o trem virá ou não com um vagão próprio para as magrelas, é na sorte, contudo se a linha oferece este serviço as bikes vão de qualquer jeito, mas é o maior “perrengue”. Segundo um funcionário da ferrovia, nos trens velhos não há vagão próprio para bicicletas (era o caso do nosso) e não dá pra saber, ao comprar o bilhete, se o trem que virá será velho ou novo. Tentamos obter mais informações em postos de informações turísticas e até com um ciclista morador de Siena, mas não conseguimos nada mais a respeito. Esse morador, inclusive, disse que naquele dia havia transportado sua bicicleta no trem da mesma forma que nós, num trajeto de Roma a Siena.
Chegamos em Siena cedo e arranjamos um bom hotel (Hotel Minerva). O hotel tinha vários hóspedes cicloturistas. E por falar em bikes e cicloturistas, só agora estamos encontrando nas estradas e nas cidades uma galera viajando de bike.
Siena é uma cidade bem legal e com muitos turistas, exploramos bem o centro histórico e até daria para ficar mais um dia para conhecer todos os labirintos da cidade e nos deliciarmos com as guloseimas doces e salgadas, que, aliás, é o que mais tem nas cidades (vamos chegar mais gordos, mesmo pedalando horrores).
Hoje saímos, para variar, tarde, rumo a San Gimignano. O pedal até que é bem tranquilo, ao todo somando uma parada no meio do caminho na cidade de Colle Di Val d´Elsa, que aliás é outra joia medieval, pedalamos 40km. A altimetria só assusta na chegada a San Gimignano (uma paredinha), mas o que matou mesmo foi o sol. Estamos saindo para o pedal muito tarde, em torno das 10 horas da manhã e isso por aqui é insanidade. O sol do meio dia até as quatro horas da tarde é um verdadeiro Saara, só Tuaregue aguenta, e apesar de estarmos de Camelo, os nossos funcionam a pedal. Mas tudo muda quando chegamos. Se Pitigliano é de “cair a bunda”, San Gimignano, nossa, é melhor eu nem dar o adjetivo!...
Eu ainda estou muito emocionado com este lugar, a vista do quarto do nosso hotel (Hotel Bel Soggiorno) é magnífica, a cidade é perfeita, o restaurante que jantamos é esplêndido e para coroar a noite, uma orquestra sinfônica, fazendo um show gratuito na piazza. Nossa! Já tô marejando de verdade; isso aqui tá muito lindo e não tô mais conseguindo escrever. É muita emoção junto.
Algumas fotos desse trecho já estão no facebook; as restantes, publicaremos em breve. Beijos...
PS1: Gostaríamos que todos os amigos pudessem estar aqui com a gente para compartilhar estas coisas maravilhosas que a vida nos dá de presente – um brinde as cores, sabores, odores e todas as sensações que podemos ter quando se sente vivo.
PS2: Este texto foi escrito na noite de ontem, dia 7, logo após o concerto na praça e está sendo publicado somente hoje pois ontem a internet do hotel deu pau.
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